Sem dia dos namorados esse ano...

Pois é gente!

Quinta-feira a noite Rafael disse ao telefone que precisaria ficar com a avó dele, Dona Amélia, na sexta-feira, de 5 da tarde até as 9 da noite e me chamou pra ficar com ele enquanto, tomaria conta da avó (os familiares estavam se revezando pra ficar com ela)

Eu disse que sim, que iria com ele e tals... E fui...

Porém quando chegamos lá, ela já estava em processo de falecimento (se é que podemos classificar assim) e nós assistimos a sua partida.

Minha sogra também estava lá na hora e disse que ela teve morte cerebral (minha sogra é médica) e constatou isso devido ao fato dela não responder mais aos chamados e suas pupilas estarem constantemente dilatadas.

Mesmo assim, ela ainda estava respirando... E ainda respirou por uns 15 minutos...

Nós já estávamos esperando que isso fosse acontecer a qualquer momento, devido à idade dela (93 anos) e ao fato dela já estar bastante debilitada de saúde (problemas da velhice) e muito fraquinha nos últimos meses.

Porém o fato curioso é que avó dele já vinha comentando há algum tempo que gostaria de ir a igreja e participar da Ceia do Senhor, porém, devido aos problemas de saúde isso não era possível.

Ontem a tarde (antes da nossa chegada) o pastor foi fazer uma visita a ela, e levou os elementos da Ceia, pão e vinho, para que a avó dele pudesse cear...

Segundo os familiares e o pastor que estavam lá com ela nessa hora, ela estava lúcida, ceou, conversou com o pastor e tudo...

Parece que ela estava esperando esse momento pra partir, sabem?

Disseram que depois que o pastor foi embora é que ela começou a respirar com mais dificuldade (segundo minha sogra, ela já estava inconsciente e apenas uma parte do cérebro a estava fazendo respirar) e tivemos que esperar até o último suspiro... Até que tudo acabasse... Foi bem triste...

Estávamos lá quando ela se foi e foi um momento muito marcante...

O Rafael está bem triste (afinal é a avó dele né?) e eu fiquei refletindo muito sobre vida e a morte depois do que aconteceu...

Fui pra casa do Rafa depois. Ele ligou para alguns parentes para avisar, enquanto outros familiares agilizavam outras coisas para o velório e sepultamento. Nessa hora, procuramos lembrar de coisas boas da dona Amélia em vida... Situações engraçadas que vivenciamos com ela...

Estive no velório até agora pouco e voltei pra casa pra descansar, pois o sepultamento será hoje a tarde...

Bom, o que conforta agora é saber que a Dona Amélia, está muito bem agora, num lugar onde não há dor nem pranto, e há uma hora dessa, ela deve estar assentada à mesa, ceando com o Senhor Jesus...

Decidi postar um poema que me toca bastante (não sei quem é o autor, se alguém souber, por favor me avise!):

"A morte não é tudo. Não é o final. Eu apenas passei para a sala seguinte.

Nada aconteceu. Tudo permanece exatamente como foi. Eu sou eu, você é você, e a antiga vida que vivemos tão maravilhosamente juntos permanece intocada, imutável.

O que quer que tenhamos sido um para o outro, ainda somos. Chame-me pelo antigo apelido familiar. Fale de mim da maneira que sempre fez. Não mude o tom. Não use nenhum ar solene ou de dor.

Ria como sempre fizemos das piadas que desfrutamos juntos.

Brinque, sorria, pense em mim, reze por mim. Deixe que o meu nome seja uma palavra comum em casa, como foi. Faça com que seja falado sem esforço, sem fantasma ou sombra.

A vida continua a ter o significado que sempre teve. Existe uma continuidade absoluta e inquebrável. O que é esta morte senão um acidente desprezível?

Porque ficarei esquecido se estiver fora do alcance da visão? Estou simplesmente à sua espera, como num intervalo, bem próximo, na outra esquina. Está tudo bem!"

Que a Dona Amélia descanse em paz nos braços do Pai!

Amém e amém!

Beijo pra vocês!